Re(start) - VIII


Chegou o dia.
A Raquel foi buscá-la para irem juntas para a escola.
Durante as aulas, a Maria João não conseguia prestar nem um bocadinho de atenção, estava completamente na lua e muito ansiosa pelo cinema. As lições pareciam passar mais devagar do que o costume. A ansiedade era tanta… Tocou. Era só almoçar e ir para o shopping.
A Maria João, comeu uma sandes de atum, pois não tinha muita fome e a Raquel deliciou-se com um magnífico cachorro quente. O Luís seguiu o exemplo da Raquel, e os outros fizeram o mesmo ou a outra escolha era pizza.
Durante o almoço muitas foram os risos trocados, e muitos olhares carinhosos entre os dois casais. Quando finalmente acabaram de almoçar, visto que durou uma hora para toda a gente estar pronta, seguiram caminho.
Escolheram um filme, uma comédia romântica, compraram as pipocas – Maria João foi a única a escolher as salgadas – e entraram na sala de cinema.
Distribuíram-se em duas filas, eram realmente muitos e ficaram ao fundo. Como claro, onde é cinema com turma, há pipocas a voar por todo o lado. Mal chegaram, o Zé Diogo despejou as pipocas todas em cima da Carlota, a maria rapaz da turma. Ouviu-se de imediato risos na sala toda, o que incomodou os outros espectadores. Graças a Deus, o filme ainda não tinha começado, estava na parte das publicidades, portanto não houve grandes problemas.
A luz apagou-se, o som aumentou e deu-se o silêncio.

(…)
- Então, gostaste do filme? – perguntou o Luís à MJ.
- Sim, gostei muito, viste aquela parte em que o Rob levantou-se e foi contra o coiso?
- Sim – riu-se – foi hilariante.
De seguida, depois de muitos já terem ido embora, a MJ decidiu ir também. Agarrou nas suas coisas e disse apenas “Até p’rá semana” e saiu. Bem, o Luís ficou um bocado triste por não se ter despedido dele, de uma maneira diferente.
Na verdade, a MJ não se foi embora, ficou no mesmo shopping, mas não lhe apeteceu estar com eles, não suportava a ideia de o Luís estar agarrado a ela. A verdade era: ela não sentia nada por ele. E agora? Como é que ela lhe diria isso? Lá ia ela ficar sozinha, com toda a gente contra. Mas também, que lhe importava isso? Nada. Mas na verdade, não queria feri-lo. «Que vou fazer agora?» era o único pensamento de momento. De repente, ouviu o seu telemóvel… era outra mensagem do número desconhecido. “Prefiro ver-te assim, do que desanimada”. Mas quem seria? Quem saberia do seu estado para além das pessoas… da escola? Na verdade, era a única hipótese. Só podia ser alguém da escola, mas visto que era uma escola ainda com bastantes alunos, iria ser difícil de descobrir quem poderá ter sido. A esperança é a última a morrer, não é? Foi exactamente essa motivação que fez com que MJ traça-se o seu próximo objectivo: descobrir quem é essa pessoa desconhecida. Mas até lá, tinha de ganhar coragem de falar com o Luís, ele merecia saber a verdade.