Re(start) - III

Mais um dia chegara, e MJ tinha uma surpresa ao acordar. O Miguel tinha-a vindo buscar para irem juntos para a escola. Rapidamente se despachou, não poderia deixar o rapaz à espera. Correu ao seu alcance, ele abriu os braços, e apanhou-a num abraço forte. Olhou-a nos olhos e sussurrou-lhe ao ouvido «Bom dia». Ela sorriu e desejou-lhe os bons dias. Pelo caminho, foram falando, do futuro. Falaram das carreiras que queriam ter, de quantos filhos desejam, e aí o Miguel interrompeu-a:

- Maria João, queres ser a minha namorada, isto é, eu posso fazer-te feliz, e quem sabe um dia não possamos construir o nosso lar. Aceitas?

- Mas… eu acho que não sinto o mesmo… és um óptimo amigo, talvez sejas o meu melhor amigo, mas não te vejo mais do que isso, pensava que sabias.

- O quê?! Estás a dizer que eu estive a perder o meu tempo para nada? Eu agora quero que sejas minha, e vais ser, a bem ou a mal. – Depois de concluir isto, beijou-a forçadamente. Mas ela conseguiu escapar das suas mãos e correu para dentro da escola. Não se falaram o dia todo. Nas aulas, a MJ trocou de lugar, agora era à beira da Raquel, que tinha sido a única que lhe tinha ainda vindo falar com ela.

No intervalo do almoço, desabafou tudo, e a Raquel apenas disse:

- Eu já sabia… Eu sabia! - Logo a seguir a um suspiro.

MJ passou o dia todo de cabeça baixa, não falou, não sorriu e quando voltou a casa fechou-se no quarto. No jantar foi a mesma coisa, não soltou nem uma única palavra. Mas ela não se ia deitar abaixo, não daquela maneira. Ela não ia permitir eu um rapaz a fizesse ficar mal. Ela própria prometeu-o, que nunca mais o iria fazer. Na verdade, Maria João já tinha sofrido de amores quando este em Londres. Tinha-se apaixonado, mas apaixonado mesmo, por um rapaz de Oxford, que porém tinha conhecido virtualmente. Estiveram duas vezes juntas, mas tinha uma grande ligação. Ele chamava-se Charlie, era perfeito aos olhos dela. Era alto, com a pele clara, cabelo ruivo, com sardas e uns olhos verdes a contrastar. Vestia-se bem e tinha bom gosto musical, que foi o que os fez conhecerem-se. Foi o seu único e grande amor, mas acabou mal, por isso, MJ jurou nunca mais sofrer por um rapaz. E não o fez. Pôs o Miguel atrás das costas e seguiu em frente. Agora os amigos dele olhavam-na de lado, e quando ela olhava para ele, ele simplesmente virava a cara.

Tinha chegado o Halloween, então o Luís, colega de turma, convidou toda a gente da turma, inclusive a Maria João para a festa. Também convidou quase metade da escola, era muito popular. Filho de médicos, e neto de professores. A festa seria em casa dele, e a MJ recusava-se a ir. Os pais bem que tentaram convencê-la, mas ela disse que preferia ficar em casa a ler um livro. Mas a Raquel, a sua única amiga não iria deixar isso acontecer, por isso, ao ir para a festa, passou em casa dela, e a MJ não teve outra hipótese se não dizer que sim. Prepararam-se e lá foram elas. Estavam muito bonitas, especialmente a MJ, estava ainda mais bonita que o habitual.

Quando chegaram, avistaram um grande casarão, que tinha uns três andares, era muito moderno, e com um grande jardim e piscina! A música nem era má de todo, dizia a Raquel. Estava lá a imensa gente, e finalmente encontraram o Luís, para o avisar da sua chegada. Ele recebeu-as muito bem. Elas até se espantaram.

- Ponha-se à vontade meninas – Disse-lhes ele.

- Oh, obrigada. – Respondeu a Raquel enquanto a MJ ficava fixamente a olhar-lhe nos olhos, que incomodou um pouco o Luís. Parecia que estava encantado com ela. Mas por fim ainda conseguiu soltar um elogio.

- Estão muito bonitas! Se me dão licença, vou cumprimentar o resto dos convidados, divirtam-se. Vemo-nos por aí. – Com um passar de mão nos braços da MJ, saiu dali.

- O que foi isto? – Perguntou a Raquel. – Parecia-me que havia uma química entre vocês. Será que vi bem?

- Lá estás tu… Bem, queres uma bebida?

- Sim, muda de assunto muda, mas sim aceito.

Saíram do corredor, e dirigiram-se para a cozinha. Passaram bem a noite, falaram com imensa gente, divertiram-se, mas por momentos, a MJ desapareceu. Tinha dito que voltava num instante e ainda não havia sinais dela. Porém do outro lado, no grupo do Miguel, também não havia sinal do Luís.