- Olá, tudo bem comigo? – disse na brincadeira a Raquel. Realmente conseguiu um sorriso da parte da MJ.
- Não sei. Não sei que se anda a passar comigo, houve algo que me fez querer distanciar-me de toda a gente, deste sítio. Há dias que não me tem apetecido falar com ninguém.
- Boa, percebeste o que é que eu te ia perguntar. Mas então, porquê disso tudo?
- Nem eu sei. Por vezes, sinto que temos de estar sozinhos, realmente precisamos. E talvez é isso que me esteja a acontecer.
- Oh, mas estar sozinha é triste…
- Um bocado, mas dá sempre para pensar melhor. Com mais calma.
- Mas isso faz-te mal. – Concluiu a Raquel e a MJ não encontrou mais palavras, soltou um suspiro e nada mais.
Passados uns cinco minutos em silêncio, a Raquel olhou para ela, com alguma hesitação e perguntou:
- Então o Luís?
- Que tem?
- Onde está ele nisto tudo?
- Não sei… Nem sei se o que aconteceu na festa, foi de momento ou não… - Olhou para o relógio – Tenho de ir, já é tarde. Até amanhã.
Disparada, saiu a correr. Quando chegou a casa, apenas disse à mãe que não tinha fome e voltou a sentar-se em frente ao computador sem fazer nada. A Maria João realmente tinha qualquer coisa e por mais que se tentasse mentalizar de que não se passava nada, não conseguia. Aquela tristeza não lhe passava por nada.
E mais dias se passavam assim… Ficava ela sozinha em todos os cantos da escola. Não falava para ninguém.
- Não vais ter com a Maria? – perguntou o Diogo.
- Não sei, achas que deva? – extorqui Luís.
- Devias… Ela anda estranha.
- Eu sei, nem às mensagens responde… Vou lá.
Saiu da beira do Diogo e foi em direcção da MJ, quando ela o viu o aproximar-se, levantou-se e correu dali para fora.
- Foda-se! – Exclamou o Luís, e assim voltou para o lugar de onde saiu.
Era impossível falar com a MJ, era impossível saber o que é que ela tinha, se nem ela sabia.
De tarde, em Geografia, fizeram grupos, e como claro a Raquel juntou-se à MJ.
- Não te vou perguntar o que se passa outra vez, mas acho que não queres fazer o trabalho com outra pessoa – disse-lhe a Raquel.
- Sim, tens razão.
Começaram, e até que se iam divertindo, a Maria João nem parecia aquela rapariga triste e só dos intervalos. Então, a Raquel disse:
- A turma está a pensar em vir ao cinema. Acho que devias vir, para te afastares desses problemas.
- Vou pensar no assunto…- respondeu de uma maneira muito discreta.
- Não sejas assim, tens de ir.
- Hmmm, o que ganho em troca? – perguntou com um ar sarcástico.
- Ganhas uma chapada se não fores.
- Convenceste-me! – e deu umas risadas logo a seguir.
Quando chegou a casa, procurou logo algo que vestir, o cinema era amanhã depois das aulas. Pegou numa t-shirt simples, uns calções, umas collants pretas com alguns padrões e numa sweatshirt muito quentinha e larga que lhe assentava muito bem. Estava com a roupa pronta para amanhã, e realmente, agora… encontrava-se muito feliz.

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